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Entrevistamos Clériston Araújo, estudante do curso de audiovisual na UFS

Clériston Araújo (Foto: Arquivo pessoal)

Clériston Araújo (ou apenas Tom), 25 anos, estudante do curso de Audiovisual na Universidade Federal de Sergipe. Natural da Bahia. Descrição básica de um jovem como vários outros que estão fazendo algum curso na UFS. Singularidade nele? Várias também.
Já no 5º período do curso, Tom começa a passar por um momento em que todos os universitários deverão passar durante sua vida acadêmica: A transição de concluir seu curso e então poder ingressar no mercado de trabalho fazendo aquilo que se habilitou a aprender. Nesta entrevista, Tom fala sobre as dificuldades do curso, como é o mercado da área em Sergipe e suas inspirações academias.

A UFS dispõe dos materiais necessários para preparar seus alunos deste curso para o mercado?
O curso de audiovisual é relativamente novo na UFS. Ele surgiu como rádio e TV e depois migrou para comunicação social com habilitação em audiovisual e futuramente vai mudar para cinema e audiovisual. E a gente sofre com a precariedade. Nós não temos muitos professores. Boa parte destes professores são graduados em jornalismo com alguma especialidade em cinema. A gente também sofre com a falta de equipamentos: na sala de edição, por exemplo, nós temos 2 computadores com o programa Adobe Premmiere, que é um dos programas mais usados para edição de imagens e vídeos. Então o curso ainda sofre com a falta de estrutura e isso acaba sendo problemático por que, como nós estamos nos graduando pra ser bacharéis e não licenciados precisamos entender como funciona o audiovisual na prática, a gente precisa saber lidar com ferramentas de edição, precisa saber manipular câmeras, equipamento de iluminação, áudio e a gente acaba vendo mais na teoria tudo isto do que efetivamente na prática. Então, o curso é bem deficitário.

Como e onde alguém de seu curso pode trabalhar?
As possibilidades de trabalho para o profissional de audiovisual são bastante amplas. Ele pode fazer produtor, produtor executivo, diretor, diretor de fotografia, roteirista, sonoplasta, edição de som, designer de som, edição de imagens, enfim, é um mercado bem amplo que oferece bastante opção de trabalho. Os principais segmentos que contam com o profissional de audiovisual são televisão, produtora de cinema, produtora de vídeo e internet. Além disso, alguns ainda atuam como free lancer fazendo pequenos serviços como vídeos pra casamentos e aniversários.

Sergipe tem as ferramentas e o incentivo necessários para se trabalhar na área ou é necessário migrar para outras regiões do país?
O sul acaba se tornando o local em que há mais possibilidades para quem é de audiovisual. Aqui em Sergipe, as possibilidades de emprego são bem pequenas. Em Aracaju nós temos basicamente a TV Sergipe e a TV Atalaia que são as que contratam o maior número de pessoal do audiovisual e uma ou outra produtora que está começando agora no mercado. Mas aqueles profissionais que realmente quer seguir carreira e ter um nome consolidado no mercado, precisam sair do Estado.

Em Sergipe, quais são os principais festivais de cinema? E no país?
O principal festival de cinema aqui em Sergipe é o Sercine. Ele acontece uma vez por ano e exibe curtas metragens de diversas faculdades do país, e as pessoas que assistem podem votar e selecionar quais são os melhores. Este festival conta com o apoio da Universidade, conta com o apoio de algumas instituições de Sergipe... Então, é o festival que permite com que o estudante de audiovisual interajam com alunos de outras universidades e discutam sobre a produção audiovisual no nordeste, regional e nacional. É uma experiência bem interessante.

O uso de tecnologias que se tornaram acessíveis a qualquer pessoa e a facilidade em disponibilizar conteúdos de mídias facilitou ou dificultou o trabalho do profissional de cinema?
Uma professora de meu curso falou que hoje em dia qualquer pessoa pode fazer fotos, mas ser fotógrafo ainda continua sendo uma coisa pra poucos. A disseminação de celulares com câmeras fotográfica e filmadora de fato faz com que exista uma grande quantidade de produção de imagens e vídeos, mas infelizmente as pessoas não sabem utilizar de forma adequada e acaba produzindo conteúdo que são bastante irrelevantes. Uma prova disso é o Youtube, onde a gente tem uma quantidade gigantesca de uploads por minuto, mas, a grande maioria de conteúdo são coisas idiotas, coisas mal produzidas, coisas sem sentido algum que não serve pra informar, não serve sequer pra entreter.

Quais os planos após terminar a graduação? Há planos para pós graduação?

Assim que eu terminar a graduação pretendo estudar para fazer mestrado. O fato de ser pesquisador do Pibic, despertou em mim esse interesse pela pesquisa científica e seguir carreira na área acadêmica. Quero ser professor universitário mesmo.




UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Departamento de Comunicação Social
Disciplina: Introdução ao Jornalismo.
Data: 29/10/15.
Professor: Carlos Peres.
Discente: Carluz Lima

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