Rio São Francisco encanta moradores e turistas em Canindé
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Foto Reprodução/TV Sergipe |
Protagonista de muitas vidas, histórias e lendas. Presente na memória e no coração dos ribeirinhos por onde passa e oásis do sertão, o Rio São Francisco tem 514 anos e foi descoberto em 4 de outubro de 1501, no Dia de São Francisco. De tão íntimo, o chamam de Velho Chico e navegar por ele é como passear pela história do Brasil.
“O Rio é tudo para mim, é uma relação de amor de verdade”, disse emocionado o pescador Noel Caetano.
Noel é filho de pescador e desde criança começou a sua relação com o Rio. “É dessas águas que tiro o sustendo da minha família. Foram oito filhos criados e muitas lembranças”, disse.
O pescador recorda como era a vida na antiga Canindé, que ficava às margens do rio. “O rio subia muito e que chegava até a estrada. A cachoeira era muito linda e a gente trazia a tarrafa para pegar suribim. Tinha muito peixe e a gente podia escolher o que queria”.
Mas a realidade é outra e os pescadores temem que o rio seque. “O rio é tudo para a gente e nós estamos muito tensos com a escassez. O rio não pode secar, mas não existem mais peixes como antigamente. As espécies também estão acabando. A pescaria era bem melhor antigamente”, disse o pescador Edvaldo José dos Santos.
Seu Vavá é outro exemplo de amor e preocupação com o futuro do Velho Chico. “O reflexo da degradação das águas recolhe as armadilhas feitas para pegar o arisco pitú, espécie de camarão de água doce. Menores, e em pouca quantidade. A gente conta com a sorte e não desanima”.
O secretário Municipal do Meio Ambiente, Heráclito Azevedo, confirma a degradação que o rio vem sofrendo. “Há 20 anos os pescadores escolhiam o peixe e o tamanho e chegavam até soltar os que não queriam. A falta de chuva, desmatamento e hidroelétricas contribuíram para a degradação”.
Através da irrigação que um projeto tenta mudar a realidade de um afluente.“Estamos reflorestando as margens do Rio Curituba com plantas nativas. Como dizem os sertanejos, as árvores chamam chuva. Com a degradação das matas ciliares, o leito dos rios fica desprotegido e isso é potencializado com a falta de chuvas na região”, explica o secretário Heráclito Azevedo.
O sistema de irrigação é simples. Duas grandes caixas d’água foram posicionadas na parte mais alta do terreno. Elas são abastecidas por caminhões pipa e delicadamente, as mudas das árvores são regadas.
“É uma ação a longo prazo até as árvores crescerem e conseguirem fazer sombra, mas que é preciso reflorestar porque só assim é possível reverter a situação”, completa o secretário.
Apesar das mudanças provocadas pelas condições climáticas e a intervenção do homem, o Rio São Francisco se mostra forte e desde a construção da Hidroelétrica de Xingó em 1987, o potencial energético dele é inegável.
“O Rio é importante para a geração de energia e pelo desenvolvimento na região promovido com a chegada da hidroelétrica que gera empregos e energia que é distribuída para vários pontos do país”, explica Breno Fernandes, secretário do Planejamento do Município.
Fonte G1 Sergipe
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